Quantas vezes você não faz o que realmente gostaria de fazer por estar preocupado com o que os outros irão pensar?
No final de 2011, eu me sentia perdida. O trabalho de autoconhecimento e as terapias me traziam a sensação de que nada na minha vida fazia sentido. A profissão que eu tinha escolhido, a forma como me comportava, principalmente no ambiente de trabalho, a forma de me vestir, os hobbies que cultivava, os cursos que fazia.
Comecei a questionar tudo que vinha fazendo, chorei, hesitei alguns dias e decidi me libertar da prisão que eu mesma tinha me colocado, joguei muita coisa fora.
Larguei cursos, mestrado, comecei a comprar roupas, terminei relacionamento amoroso. Foi uma virada de chave radical da qual não me arrependo, aliás o arrependimento é exatamente não ter feito isso antes, por medo do que as pessoas ao redor poderiam pensar.
Para a maioria de nós, inclusive para mim, isso é mais comum do que você possa imaginar. Não é que a gente queira mentir ou enganar as pessoas, só queremos nos sentir parte, fazer o que a maioria considera mais apropriado e por que também não dizer que fazer o que nos ensinaram? De algum modo, também acreditamos que isso é mais apropriado, e assim deixamos de lado algo que cuidaria melhor de nós.
Resistimos a autenticidade. Não queremos enfrentar as consequências que ela pode nos trazer, os julgamentos, os rótulos, os medos, dúvidas, os possíveis fracassos. Queremos estar no controle e ser autêntico requer vulnerabilidade.
Queremos certezas, mas só saberemos se algo vai dar certo se subirmos no palco.
– Mas Renata, não tenho certeza do sucesso em todas as minhas escolhas, não sou adivinho!
– Você tem toda razão, mas existem escolhas que fazemos que são convencionadas, estão dentro do padrão, de uma regra, por si só elas são mais confortáveis, mesmo que não dê certo, muita gente estará do seu lado para apoiá-lo.
Agora imagina que você quer fazer algo fora da linha, as pessoas até o incentivam, mas alguns estão preparados para dizer “eu te avisei”, “bem que eu disse” e talvez você não esteja disposto a passar por isso. Você não sabe se essa escolha o fará mais mal que bem e daí você sufoca você mesmo, sua verdade, seu sentido de autenticidade.
Antes de mais nada, você sabe o que é autenticidade? Autenticidade é um processo. Você estará sempre tomando decisões e fazendo escolhas que irão confrontá-lo a fazer o que faz mais sentido para você e isso vai se aprofundar à medida que você tiver consciência de quem você realmente é, o que valoriza e o que acredita. E como estamos sempre mudando, ser quem realmente somos é um processo que nunca termina.
Seria bem melhor que a gente chegasse a linha de chegada e pronto, agora sou autêntica. No entanto, parafraseando Mahatma Gandhi, não existe caminho para a autenticidade, a autenticidade é o caminho.
Oi,
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