De acordo com o dicionário, liberdade é o direito de um indivíduo proceder conforme lhe seja conveniente, desde que esse direito não vá contra o direito do outro e esteja dentro dos limites da lei.
O quanto você se sente livre?
O incrível, a tranquilidade e a realização passam necessariamente por esse lugar. Não tem como se sentir ou viver dias incríveis com amarras, com podas, com limites. Não tem como ter tranquilidade se algo te aprisiona, incomoda, não o deixa viver aquilo que gostaria. Não tem como se realizar, se o medo, a necessidade de agradar e ser aceito são constantes e presentes na vida.
Liberdade. Como essa palavra ressoa em você?
Todo dia tomamos decisões, algumas simples e outras complexas. E mesmo as simples nos convidam a olhar para o que é melhor para gente “de verdade”.
Mas o quanto me sinto livre para fazer as escolhas realmente alinhadas com o que penso?
Sair com o cabelo molhado ou seco? Tomar um chá ou um café? Comer um pão ou uma tapioca? Ir ao trabalho ou ficar em casa? Fazer nada ou ler um livro?
Escolhas simples do dia a dia que trazem impacto para sua vida e podem refletir o quão você se sente livre.
Vamos ao exemplo do cabelo. Esses dias olhei na internet uma pessoa listando coisas deselegantes que as mulheres fazem. Uma delas era sair com o cabelo molhado. Segundo a explicação, demonstra desleixo, falta de cuidado, preguiça, entre outras fundamentações que não nos cabe aqui. No entanto, de onde vem esse conceito de elegante? Quem definiu que para ser elegante o cabelo precisa estar seco? Quem disse que o cabelo molhado é deselegante?
Mais uma vez, vejamos o dicionário: elegância é a disposição marcada pela harmonia e leveza nas formas, proporção das partes e no movimento. Ou ainda, manifestação de gosto na opção do vestuário e na maneira requintada e discreta de usá-lo, bom gosto.
Concluo que o cabelo molhado poderia se encaixar tranquilamente nesse conceito. O que acha?
Se você mergulhar fundo nessa pesquisa sobre elegância, vai chegar a assuntos delicados, como preconceito contra as mulheres, machismo, patriarcado etc. No entanto, a pauta aqui é sobre estarmos atentos às regras que são impostas pela sociedade e que nos limitam, simplesmente porque alguém baseado em algumas questões, concluiu e a criou.
Sair com o cabelo molhado, no final é só sair com o cabelo molhado. Tudo mais é julgamento. Então vale refletir.
Por que faço o que faço? É sobre mim ou sobre o outro? É o que penso ou o que pensam?
Eu, por exemplo, saio com o cabelo molhado todos os dias pela manhã e de longe sou desleixada. Nesse contexto de olhar para mim, secar o cabelo antes de sair me traz uma necessidade de controle. Como assim? É prever como ele vai ficar depois de seco e não ser surpreendida com cachos descompassados do conjunto.
Ao mesmo tempo que esses cachos descompassados podem ser exatamente o que preciso. Vai ter gente achando feio? Vai. Vai ter gente achando bonito? Vai. E vai ter eu mesma achando alguma coisa.
Qual a opinião que realmente importa?
Aproprie-se de quem você é e do que pensa. Você não precisa ser e seguir padrão.
Você é livre, inclusive para seguir o padrão.
Cuide de seus valores e necessidades, a liberdade é uma delas.
O quanto você se sente livre?
Texto por Renata Cantanhêde
Foto de Mohamed Nohassi na Unsplash
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