Arrumei minha maleta de maquiagem, sombras, batons e pincéis. Meu primeiro curso profissional, não sabia muito bem o que faria com ele, mas tinha esperança de talvez me tornar a nova blogueira sobre maquiagem e quem sabe atuar como maquiadora.
Não era a primeira vez que eu me aventurava com algo ligado a arte. Colorir sempre foi atrativo, isso explica inclusive o porquê de ter feito arquitetura como formação. Confesso que depois de ter concluído o curso, pensei em fazer graduação de artes, design e tantas coisas que trabalham esse viés artístico, ao mesmo tempo que, a lógica e praticidade da Ciência da Computação me convidavam a seguir com ela.
No entanto, passei a vida inteira sendo perturbada (no bom sentido) com alguns chamados, essa coisa do universo conspirar a favor. Olha…Parece que faz sentido.
Escrever, desenhar, cantar e dançar sempre estiveram no meu radar, algumas mais, outras menos, mas todas, sem exceção voltaram para minha vida adulta como um convite para viver tudo que reprimi quando fui crescendo por achar que não era boa o suficiente. Ao experimentá-las entre cursos e passatempos, entendi que queria ter uma nova carreira.
Escolhi a escrita. Não sei bem em que ano escolar eu estava, mas me recordo de ter escrito e desenhado um livro chamado os 5 dedinhos. Quando fui aprovada no vestibular para arquitetura, passei em 9º lugar na primeira etapa e fui para 1º lugar quando do resultado final. Na época, a prova tinha dois temas, um para dissertar e outro para narrar. Eu fui treinada para dissertar, mas não conseguiria discorrer sobre o tema proposto. Sendo assim, me vi na obrigação de falar sobre trabalho infantil por meio de uma história. Para mim, o que me fez sair de 9º para 1º foi isso.
Quando comecei a escrever de forma mais profissional, decidi que faria cursos. Num deles, após um exercício de apresentação, o professor perguntou por que eu não mudava de curso. Eu estava matriculada para o de não-ficção e pelo meu perfil ele entendia que o de ficção seria melhor, pois tem um caráter mais lúdico. Agora faz alguns meses que tenho ensaiado mentalmente a ideia de escrever para crianças.
O sonho da maquiagem morreu no dia que eu não soube entender uma crítica sobre a minha primeira tentativa de maquiar alguém, talvez hoje eu fosse uma excelente profissional desse ramo, pois continuo apaixonada por cores e pinturas. Minha mentalidade e crenças relacionadas a mim não me deixaram seguir. Ao mesmo tempo que meu lado blogueira ficou, continuei escrevendo e agora levanto uma hipótese: talvez não fosse sobre a maquiagem, mas sim escrita. A maquiagem era apenas uma desculpa para estar aqui abraçada com esse texto.
De todo modo, existe um estudo baseado em pesquisa, amplamente divulgado, que fala sobre os tipos de mentalidade e como isso influencia no nosso sucesso. Esse estudo foi feito pela Carol Dweck e você pode ter acesso a ele no livro Mindset: A nova psicologia do sucesso. Resumidamente são dois tipos de mentalidade: fixa e de crescimento.
A mentalidade fixa se manifesta quando acreditamos que não podemos mudar e criamos apenas a necessidade de provar a nós mesmos o nosso valor. Com o mindset fixo, você associa o que aconteceu como uma medida direta de sua competência.
Por exemplo, se você acredita que é criativo, você fica apenas provando isso o tempo inteiro. Você acredita que é, não que está, caindo em rótulos, julgamentos ou categorizações.
A mentalidade de crescimento se baseia na crença que você é capaz de cultivar suas qualidades e aprender novas habilidades por meio de seus próprios esforços, ou seja, podemos nos modificar e realizar mudanças em nossas vidas por meio do esforço e da experiência.
Nossa potência em desenvolver algo no início de qualquer empreitada é desconhecida. Ao mesmo tempo, a probabilidade de ter nossos sonhos realizados com anos de paixão, esforço e treinamento é grande.
Quando você entende isso, o jogo muda. Acreditar que é possível nos faz buscar meios de realizar nossos objetivos e cria paixão pelo aprendizado.
Em situações difíceis e desafiadoras, qualquer que seja a sua mentalidade, você pode ficar chateado. Ainda assim, as pessoas de mentalidade de crescimento estão dispostas a assumir os riscos, enfrentar os desafios e continuar a se esforçar.
E agora você deve estar querendo saber: qual a sua mentalidade?
Você tem as duas! Uma hora ou outra, ambas se manifestam, é só você parar para pensar as experiências de sua vida e analisar rapidamente, quando você desistiu de algo simplesmente por achar que não dava para mudar ou quando você persistiu em algo que você acreditava que era possível.
O problema é você deixar a mentalidade fixa dominar a sua vida e não sair do lugar. E como não deixar isso acontecer?
– Abra-se para viver novas experiências.
– Olhe para o esforço como algo que te torna inteligente ou talentosa.
– Busque desafios pois eles farão com que você se desenvolva e teste sua capacidade de continuar mesmo diante as dificuldades.
– Aprenda a receber feedbacks, não como uma verdade do outro, mas como algo que possa te ajudar a crescer e evoluir. Se fizer sentido, vá em frente.
– Modele pessoas de sucesso. Sabe aquela pessoa que você admira? Mergulhe na história dela e compreenda o esforço para chegar aonde chegou e passe a admirá-las mais ainda.
– Entenda o passo a passo do que você precisa fazer e acredite que é possível.
– Observe seus pensamentos e aceite que uma hora sua mentalidade fixa vai se manifestar. Nesse momento, o que você fica dizendo para si? Dê um nome para essa voz interna, para lembrar que ela não é a pessoa que você quer ser. Ensine-a, quando ela aparecer fazendo algum julgamento diga: Olha, sei que isso pode não dar certo, ainda assim, vou seguir em frente. Posso contar com seu apoio? Lembre-se que a intenção da sua voz interna é lhe proteger e mantê-la em segurança, não é fazer mal, por isso a eduque.
A maquiadora que ainda existe em mim veio trazer o alerta e a escritora está aqui para provar que alimentar o crescimento é mais promissor, ela já tem 3 livros lançados.
Você pode sim.
Oi,
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