Tenho um ritual ao acordar. Faz parte dele me questionar: se hoje fosse meu último dia de vida, o que eu diria? O que eu gostaria de fazer?
A minha resposta sempre gira em torno da mesma coisa, quase não muda.
Eu não iria para o meu emprego. Eu sentaria na minha poltrona de leitura, escreveria, leria e compartilharia algum conteúdo com meu público nas redes sociais. Cuidaria do café da manhã, aguardaria Túlio e Marco Túlio acordarem para a gente comer juntos e depois curtir uma praia. Na praia, aproveitaria para refletir, observar o mar, sentar na areia e contemplar a paisagem.
Ah! E se um carrinho de sorvete passasse, eu compraria um, acho que de limão, pois gosto do sabor azedinho que tem ou chocolate. Não sei, compraria os dois, para acabar com a dúvida.
Almoçaríamos uma peixada com direito a arroz branco, farofa e pirão. Marco Túlio ia querer uma batata frita, apesar de não gostar muito de ofertar fritura pra ele, acho que no meu último dia de vida não me custaria nada permiti-lo comer essa batata.
Depois nós faríamos uma reunião familiar com os meus pais, irmãos e seus pares, sogros e sobrinhos. Talvez convidaria alguns amigos.
Muita conversa solta, comida e música, acho que isso combina com a gente, pelo menos comigo sim.
No final desse encontro, estaria esgotada, minha escolha é ir para casa e descansar, dormir um pouco, praia dá uma moleza no corpo, não é? Ao acordar, eu iria assistir alguma coisa na TV junto com Túlio e Marco Túlio: Soul da Disney e pipoca. A gente brincaria como de costume, correríamos pelo apartamento, daríamos muita risada e ao final da noite eu os abraçaria forte, porque eu saberia que era o nosso último encontro. Ajudaria Túlio a colocar nosso bebê para dormir e depois sairia para escrever uma cartinha para Marco Túlio ler quando estivesse grande.
Choraria. Ufa. (Também quis chorar agora!)
Essa reflexão diária me ajuda a perceber o que eu considero mais importante na minha vida e as qualidades que eu quero nutrir.
Antes, quando eu ouvia esse tipo de pergunta, achava bobagem.
A verdade é que eu ignorava a morte, como se ela não fosse possível agora enquanto escrevo esse artigo, como se eu tivesse todo tempo do mundo para deixar a vida acontecendo e só depois me posicionar diante do que eu considero realmente importante. Até que eu fiquei doente e me assustei, a doença me levou a pensar na vida que eu estava levando e na morte como uma possível consequência.
E não, eu não queria morrer ainda, minha vida estava toda “lascada”, queria ter tempo para consertar tudo.
Então passei a buscar a minha verdade, a viver o que eu acredito, a dar passos em busca de uma vida com qualidade. Vivo esse processo!
Hoje eu já sei e encaro a morte como uma certeza para todos nós e diante disso, não acho justo viver uma vida sem contemplar as coisas que eu valorizo.
A pergunta do título é bem clichê e está presente em quase todos os cursos que trabalham autoconhecimento, insistem nela, pois se respondida com verdade nos traz muita clareza e fala muito de nós, do nosso ser autêntico, daquilo que é crucial.
Agora também te proponho a pensar sobre isso ou ainda que tal incluir na sua rotina matinal essa pergunta e a partir dela observar a congruência do seu comportamento com o que considera importante?
Você tem vivido o seu importante?
Atenciosamente,
Renata Sousa Cantanhêde Braga
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